Câmara de Curitiba cassa mandato de vereador do PT
Foi acusado por ter quebrado o decoro parlamentar ao invadir igreja em protesto
por FolhaPress
23/06/2022 - 05h00Curitiba - O vereador Renato Freitas (PT) teve o mandato cassado pela Câmara de Curitiba, em votação em segundo turno, nesta quarta-feira (22). Por 25 votos favoráveis e cinco contrários, além de duas abstenções, o petista agora perde os direitos legislativos e será substituído pela suplente Ana Julia Ribeiro (PT).
Os vereadores entenderam que houve quebra de decoro parlamentar de Freitas pela participação em manifestação que invadiu uma igreja católica.
A defesa do petista diz que vai recorrer da decisão, que considera ilegal. "Houve violação de prerrogativas óbvias e iremos entrar com mandado de segurança", adianta o advogado Guilherme Gonçalves.
O embate legal se baseia no regimento interno e no relatório do Conselho de Ética, que pedia a cassação por quebra de decoro parlamentar por perturbar o culto e liderar o protesto. Segundo entendimento dos vereadores, Freitas foi o líder da manifestação política dentro do templo.
DEFESA
Freitas acusa os colegas da Câmara de racismo. A vereadora Carol Dartora (PT) disse que houve situações bem mais graves na Câmara de Curitiba que não foram punidas com cassação, como denúncias de assédio sexual e de rachadinha desvio do salário de funcionários.
"A violência política é conhecida em todo cenário nacional. O contexto é de silenciar o contraditório, aqueles que defendem projetos que incluem a diversidade e combinam com o que realmente é o Brasil."
O caso
O caso aconteceu na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, durante protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro, em 5 de fevereiro deste ano. O padre Luiz Hass disse que celebrava uma missa no local e que precisou interromper a missa, diante da entrada dos manifestantes no templo. No dia seguinte, na tribuna da Câmara o vereador pediu desculpas.